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texto produzido por Marcelo S. Motitsuki Todos os direitos autorais reservados AutoSom.net http://autosom.net |
Uma grande dúvida
da maioria dos instaladores de garagem é saber dimensionar o fusível
do sistema, assim com esse artigo tentaremos sanar todas as
dúvidas.
Primeiramente devemos calcular
a corrente que o sistema vai consumir
I= ( PotRMS x 2 ) / 12
Onde:
I é a corrente
máxima consumida
PotRMS é a
potência realmente utilizada, não necessariamente a potência
nominal do amplificador. Ex.: Amplificador de 4 x 50W RMS em 4 Ohms ( 200W
total ) mas está sendo utilizados falantes de 8 Ohms portanto o
amplificador estará fornecendo 4 x 25 W, total de 100W RMS realmente
sendo utilizada.
2 , devido a característica
da grande maioria dos amplificadores ter rendimento de 50%, isto é,
metade da corrente que ele consome é dissipada em calor e a outra
metade é utilizada para movimentar o ar (pelos falantes) gerando
o som, assim a corrente é proporcional a duas vezes a potência
nominal do amplificador.
12 é a tensão
média da bateria.
Ex.: sistema com 300W RMS.
I = (300 x 2)/12 = 50 Ampéres
Pronto, calculamos a corrente
máxima que vai passar pelos cabos e pelo fusível. (o dimensionamento
dos cabos iremos verificar mais adiante) Mas é só isso???
Não!!!! A principal
função do fusível é proteger o sistema elétrico
do carro contra um eventual curto-circuito no projeto sonoro. Portanto
para termos 100% de proteção devemos considerar a máxima
corrente que a bateria pode fornecer.
Para manter sua bateria
protegida devemos achar o valor máximo do fusível
a ser utilizado.
Geralmente a bateria automotiva
vem especificada em A/h ou minutos de capacidade de reserva (ou MRC = minutes
of reserve capacity) A/h significa a máxima corrente que
ele pode fornecer durante uma hora até se esgotar e MCR (minutos
de capacidade de reserva) significa o tempo que ela consegue fornecer o
máximo de energia. Carros populares geralmente possuem bateria de
45 A/h e carros de médio porte, 55A/h e 60MCR. Outra especificação
é a corrente de partida (ou CCA = cold cranking amps)
que indica a corrente máxima de pico ( em frações
de segundo) útil somente quando estudamos o que ocorre na hora da
partida do motor, não tendo influência quando estudamos um
projeto sonoro.
Para sabermos a corrente
máxima da bateria fazemos uma aproximação com o valor
MCR. Ex.: Uma bateria de 60 MCR pode fornecer no máximo 60 A.
A vida útil da bateria
é especificada em ciclos de carga e descarga, valores como 2000
ciclos ou 2 a 3 anos de vida útil.
A bateria é composta
por seis células de chumbo/ácido sufúrico (duas placas
de chumbo mergulhadas em ácido) que produz uma tensão de
2,4 V cada, total de 14,4 Volts na bateria com carga máxima, portanto
se a tensão cai abaixo de 10,5 V é porque existe alguma célula
em curto. Atualmente está sendo fabricado baterias com uma liga
de prata/chumbo nos eletrodos positivos, outros possuem gel ao invés
do ácido líquido e utilizam placas enroladas como caracóis
ao invés de simples placas colocadas paralelamente como nas baterias
comuns, tudo isso para aumentar a área de cada eletrodo aumentando
assim a máxima corrente que ela pode fornecer.
Agora que sabemos a corrente
máxima que a bateria pode fornecer podemos dimensionar o máximo
valor do fusível que melhor protege sua bateria e sistema elétrico
do automóvel. (100% de proteção) Se sua bateria é
de 55A/h e 60 MCR podemos aproximar a corrente máxima para 60 Ampéres,
então o valor máximo do fusível será metade
deste valor, isto é, 60 / 2 = 30A.
Este valor é devido
ao fusível ser projetado para cerca de 200% de seu valor em 5 segundos
ou cerca de 350% em 2 décimos de segundo, usando este raciocínio
o fusível irá proteger a bateria de fornecer mais de 60A
quando ocorrer um curto-circuito no sistema sonoro. Essa é a proteção
100% mas podemos muito bem utilizar um fusível de maior capacidade
(valor nominal maior) mas caso haja um curto-circuito no sistema de som
este fato irá diminuir a vida útil da bateria. Mas devemos
necessariamente trocar a bateria caso
a corrente que o sistema consome seja maior que a máxima corrente
da bateria. Ex.: bateria de 60A e seu sistema é de 366W RMS que
significa que seu sistema vai "puxar" 61A que já é maior
que a capacidade máxima de sua bateria, portanto deve-se trocar
a bateria.
Vamos a alguns exemplos:
Bateria | Sistema sonoro | Fusível | Obs |
55A/h e 60MCR = 60A | 120W = 20A | 20A | 100% de proteção |
55A/h e 60MCR = 60A | 240W = 40A | 40A | Sua bateria não estará 100% protegida e se houver um curto ela terá sua vida útil diminuída |
60A | 420W = 70A | --- | Necessita troca de bateria para uma de maior capacidade e fusível de 70A |
140A | 420W = 70A | 70A | 100% de proteção da bateria |
95A | 420W = 70A | 70A | um curto pode diminuir a vida útil da bateria |
45A/h e 50MCR = 50A | 180W = 30A | 30A | Problema da vida útil |
Agora que já sabemos
se devemos trocar de bateria e sabemos também o valor máximo
da corrente que nosso sistema vai consumir podemos dimensionar os cabos
de força.
Não existe fórmulas
exatas para dimensionar os cabos, portanto utilizamos tabelas como esta:
Cabos de Alimentação (mm²) | ||||||
Corrente Elétrica | Comprimento do Cabo (metros) | |||||
Seção do Cabo (mm²) | ||||||
Consumo (Ampères) | até 1 m | 1 a 2 m | 2 a 3 m | 3 a 5 m | 5 a 7 m | 7 a 10 m |
1 a 20 A | 4.00 | 4.00 | 4.00 | 4.00 | 6.00 | 6.00 |
20 a 30 A | 4.00 | 4.00 | 6.00 | 6.00 | 13.30 | 13.30 |
30 a 40 A | 4.00 | 4.00 | 6.00 | 13.30 | 13.30 | 13.30 |
40 a 60 A | 6.00 | 6.00 | 13.30 | 13.30 | 13.30 | 21.20 |
60 a 100 A | 13.30 | 13.30 | 13.30 | 21.20 | 21.20 | 33.60 |
100 a 125 A | 13.30 | 13.30 | 13.30 | 21.20 | 33.60 | 33.60 |
125 a 150 A | 21.20 | 21.20 | 21.20 | 21.20 | 33.60 | 54.40 |
150 a 175 A | 33.60 | 33.60 | 33.60 | 33.60 | 54.40 | - |
175 a 200 A | 33.60 | 33.60 | 33.60 | 54.40 | - | - |
200 a 225 A | 33.60 | 33.60 | 54.40 | - | - | - |
225 a 300 A | 33.60 | 54.40 | - | - | - | - |
acima de 300 A | 54.40 | - | - | - | - | - |
Cabos de Força (AWG) | ||||||
Total de corrente | Comprimento dos cabos em metros | |||||
em amperes | 0,3-1,0 | 1,0-2,0 | 2,0-3,0 | 3,0-4,5 | 4,5-6,0 | 6,0-8,5 |
0 - 20 A | 10G | 10G | 10G | 10G | 8G | 8G |
20 - 30 A | 10G | 10G | 8G | 8G | 4G | 4G |
30 - 40 A | 10G | 10G | 8G | 4G | 4G | 4G |
40 - 50 A | 10G | 10G | 8G | 4G | 4G | 4G |
50 - 60 A | 8G | 8G | 4G | 4G | 4G | 2G |
60 - 70 A | 4G | 4G | 4G | 2G | 2G | 1/0G |
70 - 80 A | 4G | 4G | 4G | 2G | 2G | 1/0G |
80 - 90 A | 4G | 4G | 4G | 2G | 2G | 1/0G |
90 - 100 A | 4G | 4G | 4G | 2G | 2G | 1/0G |
100 - 125 A | 4G | 4G | 4G | 2G | 1/0G | 1/0G |
125 - 150 A | 2G | 2G | 2G | 2G | 1/0G | 00G |
Aqui a mesma tabela mas com dimensões
do cabo em AWG (medida americana). O procedimento é o mesmo. Verifique a corrente
(em Amperes) que irá passar pelo cabo e o comprimento do mesmo a ser
utilizado, depois é só cruzar a linha do total de corrente
com a coluna do comprimento do cabo para descobrir a seção
do cabo em AWG.
* Tabelas de conversão AWG para mm² e vice-versa
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