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        por Rodrigo De Matos Vieira Carvalho - 16/03/2014  Todos os direitos autorais reservados AutoSom.net http://autosom.net | 
Como montar seu Trio
Sei que muita gente aqui curte trio, irei tentar  passar meus conhecimentos de como se montar um bom trio. 
O que é um som estilo TRIO? É todo aquele som  voltado para fora do carro, temos como bons exemplos aqueles som que o pessoal abre  o porta-malas e faz a festa, como também poderíamos tomar como base os Trios  Elétricos do RECIFOLIA (carnaval fora de época do Recife/PE) bem como os  carnavais de Salvador.
A princípio devemos saber que um alto-falante a  céu aberto tem um comportamento diferente de um dentro do porta-malas, uma das  diferenças é dada pelos ganhos nas baixas frequências dado pelo próprio porta  malas, onde não ocorre com o falante a céu aberto, tendo em vista que a  frequencia de ressonancia dentro do veículo (aproximadamente de 50 a 70 hz) são  frequencias de grave e a céu aberto (que gira em torno de 2.000 hz) que são  frequencias médias (daí o motivo de termos bastante cuidado na hora que colocar  cornetas).
Muita gente pensa que não é possível ligar em 1  canal do amplificador woofer + corneta + tweeter, isso é possível, porém com  seu adequado corte de freqüência e de acordo com a impedância equivalente. 
- Como adequar subgrave, grave, médio e agudo?
No som interno é bem mais fácil você conseguir  isso, já pelo motivo da frequencia de ressonancia do veículo, onde pode chagar  em até 20 dB’s, essa questão de adequação deve-se ser levado em conta o SPL de  cada componente. Por exemplo: Sub-woofer em uma caixa “X” tem um SPL de 117 dB,  levando em conta o ganho pela frequencia de ressonancia do veículo, devemos  soma-lá ao SPL do conjunto caixa+sub e teremos um valor “Y”. Após conseguirmos  isso iremos para os mid-bass (onde geralmente são mais fortes em SPL), teremos  também que igualar o SPL do conjunto caixa+mid ao SPL do Sub e assim  sucessivamente. 
EX: SPL Sub = 117 (caixa+sub) + 20 dB (ganho da  frequencia de ressonancia do veículo) = 137 dB
SPL Mid-Bass ou Woofer = 137 dB
SPL Mid-ranger ou Driver+corneta = 137 dB
SPL Tw = 137 dB
OBS.: LEMBRAMOS QUE PARA TODA REGAR EXISTE UMA  EXCEÇÃO, ESSA DEMONSTRAÇÃO ACIMA É DO TIPO PADRÃO E PODE VARIAR DE ACORDO COM A  SUJESTÃO AUDITIVA DE CADA PESSOA.
Para o trio a regra é a mesma, lembrando apenas  que não teremos ganho nas baixas fequencias e sim nas médias (frequencia de  ressonancia ao ar livre = +- 2.000 hz).
EX: SPL Sub = 137 (caixa+sub) 
SPL Mid-Bass ou Woofer = 137 dB
SPL Mid-ranger ou Driver+corneta = 134 dB + 3 dB  (ganho aproximado do equipamento ao ar livre devido a frequencia de  ressonancia)
SPL Tw = 137 dB
Caso você queira que alguns dos equipamentos se  sobressaia mais, apenas teremos que fazer com que o SPL dele altere para maior.
- Como fazer o calculo de dB?
Essa questão é bem simples, iremos usar a  formula abaixo:
POTENCIA APLICADA: 200 watts RMS
SENSIBILIDADE DO FALANTE 1w/1m – 88 dB SPL 1w/1m
CÁLCULO:
SPL = (SENSIBILIDADE) + 10LOG * (POTENCIA)
SPL = 88 + 10LOG * 200
SPL = 88 + 10 * 2,3
SPL = 88 + 23
SPL = 111 dB
Quando usamos mais de um falante temos um ganho  de 6 dB ao SPL do alto-falante. Isso porque nós calculamos o SPL com base na  potencia de um único falante, mas levamos em consideração o aumento da área  efetiva do cone, referente ao número de falantes existente no sistema.
POTENCIA APLICADA: 200 watts RMS
SENSIBILIDADE DO FALANTE 1w/1m – 88 dB SPL 1w/1m
CÁLCULO:
SPL = (SENSIBILIDADE + 6) + 10LOG * (POTENCIA  APLICADA EM UM DOS FALANTES)
SPL = (88 + 6) + 10LOG * 100
SPL = 94 + 10 * 2
SPL = 94 + 20
SPL = 114 dB
Pelo que vimos acima, mantivemos a potencia  aplicada (200 rms), porém quando colocamos outro falante no sistema a mesma foi  dividada, ficando assim 100 rms. Porém com a mesma potencia e colocando outro  falante, pelo fato do almento da área efetiva do cone tivemos um ganho de 3 dB.
- Melhor Player para trio:
O melhor player é aquele que tem boas definições  sonoras tipo: Pionner, Kenwood, Clarion, etc, porém sugiro que procurem sempre  um que tenha regulagem de médios, graves, agudos e que também tenha regulagem  por freqüência (a maioria dos Pionner é capaz de fazer isso).
- Alternador, Bateria e Fonte 
Essa questão também é bastante crítica, temos  que ter uma bateria forte com corrente (Ampéres) suficiente para suprir o  sistema, temos também que colocar a cada 500 W RMS de potência sonora um  capacitor de 1 Farad (apenas recomendado caso as luzes fiquem piscando, caso  aconteça, esse é o primeiro sinal de que sua alimentação precisa de um  “empurrãozinho”).
Podemos também levar em conta que a maioria da  turma que curte TRIO gasta muito combustível deixando o veículo ligado ou então  passa o constrangimento de ficar empurrando o carro (ato não recomendado para  carros a injeção eletrônica), para evitar esse problema eu recomendo que seja  instalada um FONTE ESTABILIZADA. Porém esse tipo de fonte tem que ser feito na  medida do seu som, respeitando a voltagem e a amperagem consumida. Você pode  ligá-la diretamente na bateria do veículo;
Para sabermos se o nosso sistema está  adequadamente dimensionado é simples, somamos a amperagem consumida pelo  player, amplificador e do veículo (geralmente 25 amperes no mínimo). Após obter  o resultado temos que colocar uma bateria de X amperes e um alternador dos  mesmos X amperes. No caso de trio de grande porte as pessoas chegam a usar  gerador, onde também é uma ótima opção.
Não podemos esquecer que cada amplificador tem  sua voltagem de trabalho. Alguns nacionais variam de 12 a 14 volts. Caso seu  amplificador tenha 14 volts, existe no mercado baterias com vasos auxiliares  com variação na sua tenção de voltagem.
Exemplo:
Consumo cd-player – 15 amperes – 12 volts
Consumo amplificador – 50 amperes – 14 volts
Consumo veículo – 40 amperes – 12 volts
De acordo com o acima exposto, a amperagem geral  consumida será de 105 amperes a 14 volts (levando em conta a maior tensão em  voltagem que o sistema irá consumir).
Como saber se o meu alternador é suficiente ao  meu sistema?
Isso é simples, tomei como exemplo uma bateria  de 50 amperes/hora, para que ela seja gerada adequadamente devemos considerar a  amperagem consumida pelo veículo (cerca de 25 amperes) e colocar um alternador  que gere cerca de 50% a mais de corrente que a bateria, assim sendo, iremos  necessitar de um alternador que forneça 75 amperes, tendo em vista que o carro  consumirá 25 amperes, com isso o alternador só fornecerá 50 A, onde esse valor  será o necessário para recarregar sua bateria durante a utilização.
Como sei que muitas pessoas sentirão  dificuldades de encontrar alternadores de alta potência, no meu caso eu  utilizaria fonte estabilizada, apenas pela condição de custo.
Associação de Baterias:
As baterias ligadas em SÉRIE serão somadas as  TENSÕES e a potencia. (Ex.: Bateria 12 volts e 50 amperes, ligando duas  baterias em série com essa configuração teremos 1 bateria de 50 amperes e 24  volts).
Baterias ligadas em PARALELO será somada as  CORRENTES e a potência. (Ex.: Bateria 12 volts e 50 amperes, ligando duas  baterias em paralelo com essa configuração teremos 1 bateria de 100 amperes e  12 volts).
- Fusíveis
Recomendo que sempre seja usado um fusível com 100%  do valor da soma da potência consumida, por exemplo: se seu amplificador  consome 60 amperes, recomendo que seja colocado um de 60 amperes. Esse fator é  muito relativo, o consumo dele irá variar com o estilo de música que está  tocando no momento. Sempre recomendo colocá-lo próximo a bateria, tendo em  vista a função dele ser evitar danos principalmente no carro e ao amplificador  decorrente do curto na instalação.
Se dimensionarmos o fusível de proteção ACIMA do  adequado podem acontecer algumas coisas ruins como o aumento do tempo de  rompimento do fusível em ocorrência de curto circuito, facilitando o  superaquecimento e o incêndio, ainda mais se o aterramento for mal executado,  pois a resistência do polo negativo da bateria ate o amplificador seria  relativamente alto, diminuindo a corrente de curto circuito e aumentando ainda  mais o tempo de disparo do fusível.
- Coolers, cabo de força e fio remoto.
Já pelo motivo do trio passar muito tempo  tocando e não haver ventilação suficiente, para evitar que ative a proteção  térmica, ou até mesmo pelo fato de que maioria das vezes a turma está em  praias, recomendo que seja colocado em cada amplificador 2 cooler´s de 10 x 10  cm, isso irá evitar que ele superaqueça.
Em relação as cabos de força teremos os mesmos  princípios do som interno, lembrando apenas que se colocar um fio muito fino o  mesmo irá aquecer e se colocar um muito grosso vai ser gasto de dinheiro em  vão.
Para a questão do fio remoto, podemos ligar até  2 amplificadores nele, ou 1 amplificador e 2 coolers, se vamos precisar de 2  amplificadores e 2 coolers seria interessante colocarmos um relê, onde puxamos  a fiação diretamente da bateria até ele, depois unimos o fio remoto do  amplificador e seguimos para o amplificador com a fiação, o rele tem como  função ativar a correndo vinda da bateria ao ligarmos o player, e sua  instalação é muito simples.
- Amplificadores
Podemos usar os mesmos critérios do som INTERNO,  temos que ter amplificadores que não distorçam muito, que não superaqueçam  muito (pois o calor do amplificador é sinal de energia desperdiçada) e que  tenham controle de ganho.
- Fiação Áudio
Prestar bastante atenção para esses critérios,  tanto para o som interno quanto para o trio é muito importante que o seu  sistema seja dimensionado adequadamente para evitar decepções.
- Caixas Acústicas
Essa é a parte mais crítica de qualquer tipo de  som. Primeiramente devemos saber que existem 2 tipos de grave:
- Subgrave
- Médio grave
Subgrave
Existem em trio, porém dependendo do caixa não  são reproduzidos adequadamente. Recomendo para que esse tipo de grave seja  reproduzido adequadamente, utilizar caixa do tipo Band-Pass de 4º ou 6º ordem,  elas tem um controle melhor do deslocamento do cone, caso o sistema seja  reproduzido por caixa dutada recomendo que seja aplicado pouca potencia e um  ganho menor na configuração do caixa. É bom que seja evitado em potencia e  ganho em excesso, esse tipo de grave causa deslocamento excessivo do cone.
Na maioria dos casos quando queremos esse grave  em Trio Veículo, temos um grande problema por falta de espaço, diante disso  corremos para a caixa dutada, pois, a band pass geramente tem suas dimensões  muito superiores aos da dutada.
Abaixo irei exemplificar melhor como devemos  configurar esses caixas.
Falantes recomendados para trio:
- Woofer e Subwoofer
Configuração adequada do caixa para reprodução  de frequencias baixas em trio:
- F3  em 45 ou 50 hz, resposta plana a partir dos 55 ou 65 hz.
P.S.:  Não recomendo utilizar os Subwoofers sem médio grave.
Médio Grave
Indispensável para quem quer um trio com  qualidade/pancadão, ele preenche exatamente a lacuna existente entre o  Sub-Woofer e a Corneta. Para a adequada instalação desse tipo de grave devemos  nos atenar pela adequação do SPL entre o Subgrave e o médio grave (conforme já  explicamos acima). Esse tipo de grave tem como características graves secos e  agressivos, onde sem a existência de um woofer seria incapaz disso. Devemos dar  um corte de freqüência nele acima dos 80 hz, onde ele vai dar aquele grave  “seco” (pico entre 100 e 120 hz) que o sub-woofer não dá.
Falantes recomendados para trio médio grave:
- Linha PW3 da Selenium;
- Linha Woofer´s da Bravox;
- Grande maioria da Oversound
Configuração adequada do caixa Dutada para esse  sistema:
- F3 em 180 hz, resposta plana a partir dos  200hz.
Lembro que esse tipo de grave também será bem  reproduzido em caixas dutadas, desde que respeite as configurações acima.
- Cornetas e Driver´s
Podemos classificar a corneta como um megafone  exponencial responsável para dar um ganho nas freqüências médias, onde trabalha  em conjunto com um falante chamado Driver. No mercado conseguimos achar tipos  padrões dessas cornetas, sendo os principais:
- Tamanho pequeno (responsável por ganhos nas  freqüências acima de 6.000 hz);
- Tamanho Médio (responsável por ganhos nas  freqüências acima de 4.000 hz);
- Tamanho Grande pequeno (responsável por ganhos  nas freqüências acima de 2.000 hz);
A diferença entre elas é um ganho em dB nas  faixas de freqüências reproduzidas, onde vai variar de acordo com o diâmetro e  profundidade de cada cone da corneta. 
Existem também dois tipos de driver´s, o  FENÓLICO e o TITÂNIO, os Fenólicos são responsáveis pela reprodução das  freqüências de 400 a 7.000 hz aproximados e os de Titânio de 1.500 hz a 20.000  hz aproximados.
Se vc quer qualidade em um trio eu recomendo  utilizar os FENÓLICOS, os Titânio são bons também porém os FENÓLICOS tem mais  qualidade.
Outrossim, vale salientar que alguns drivers tem  alteração de sua potência de acordo com o corte de freqüência utiliza. Ex.: Os  da Hinor HDI320, com corte em 400 hz suporta potência de 50 W rms, com corte em  1.000 Hz suporta potência de 75 W RMS e a 2.000 hz a potência suportada é de  100 W RMS.
Quando você quer um trio de qualidade, recomendo  cortar a freqüência acima dos 1.500 hz para as cornetas. Caso você goste de  freqüências médias em excesso, pode cortar a freqüência na casa dos 1.000 hz,  porém tenham bastante cuidado, a cada corte de freqüência existe uma potência  suportada pelo Driver.
- Tweeters
Alto-falante responsável pela reprodução de  freqüências altas onde no mercado encontramos modelos variados para cada  condição de utilização. Como em um “som interno” sua utilização também é muito  crítica e deve-se respeitar a condição de “colocação” em um projeto.
Como os drivers devemos também classificar em  SPL e qualidade e também utilizarmos capacitores/resistores para adequarmos à  harmonia do conjunto. Para melhor configuração em trio recomendo utilizá-la com  cerca de 50% da potência fornecida para os falantes responsáveis pela  reprodução de baixa freqüência, colocando ainda capacitores de para cortar a  freqüência de 6.000 hz pra cima.
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